Valéria Gurgel
"Ficção, Romance, Emoção, Aventura e suspense"
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Textos

UM JEITO FRANCISCO DE SER

Valéria A Gurgel

23/04/2025

- Ouvi dizer que ele morreu!

- Ele quem?

- O Papa Francisco!

- Posso te afirmar com todas as letras que não!

- Como não? Se estão falando em todos os telejornais e redes sociais? Estão organizando o seu funeral em Roma!

 

Milhares de pessoas do mundo inteiro estão lá para se despedir dele!

- Não, ele não morreu e nem morrerá jamais! Posso afirmar com todas as letras e com todas as razões!

 

Não morre quem espalha suas sementes de amor.

Não morre quem edifica um legado de humildade sincera e verdadeira.

Não morre quem tem atitudes nobres e condizentes com o que pensa e com o que fala.

Não morre quem exemplifica, direciona e equilibra todas as suas ações, seus pensamentos e suas palavras.

 

Não morre o bom humor! Nem quem esbanja alegria de viver. Quem tem brilho nos olhos. Quem abraça com o olhar, quem chora com o coração, quem lê sentimentos, quem acolhe a todos com palavras sábias.

Não morre quem visita os enfermos, os presidiários. Quem acolhe os refugiados de guerra.

 

Não morre quem alimenta os que tem fome. Quem lava os pés de qualquer cidadão, e os beija, de joelhos, segurando-os com as próprias mãos.

 

Não, não morre quem carrega uma simplicidade pura e uma humildade maior que sua emoção, e nada faz por nenhum aplauso ou qualquer ostentação.

 

Não morre quem espalha humanidade pela Terra.

Não morre quem sabe viver e nos ensina como viver melhor cada era.

Não morre quem não tem medo de tocar em feridas, e mesmo se cicatrizadas, mostrar que ali houve e ainda há sofrimento e dor.

 

Não morre quem não se cala, que relata e não admite as incongruências mundanas. Que não admite e nem fecha os olhos para não enxergar as covardias desumanas, as exclusões e discriminações tamanhas.

 

As maldades, a fome, o frio, a aporofobia, a xenofobia, as perseguições religiosas e étnicas, aos abusos e desrespeitos às mulheres, às pessoas idosas, às crianças, pessoas com necessidades especiais, aos nossos pobres animais, aos homossexuais.

 

Essas desigualdades tantas, as chamadas guerras ideológicas, guerras de gêneros, de castas, guerras partidárias, e guerras santas. As mesquinharias e atrocidades das mentes dementes, que não precisavam mais existir nem viverem por aqui.

 

Não morre quem tem a coragem de expor o passado encoberto das inúmeras falhas dos supostos líderes religiosos e políticos, do mundo torpe em que vivemos. Os jogos perigosos e rudes do poder que corrompe quem é corrompível, não para julgá-los, mas para uma chamada de reflexão, e pedir perdão em nome de quem tanto mal causou.

 

E mesmo sem poder mudar esse mal que foi feito, os erros, torturas e loucuras, busca consertá-los de agora em diante.

Seria tão precioso, tão salutar, como já dizia o nosso Francisco, falarmos mais de Deus, pouco de nós e nada dos outros!

 

São esses os preciosos segredos da eternidade!

Não morre, nem fica perdido no meio do caminho, quem sabe onde está e onde deseja chegar!

 

Não morre quem sabe bem o que está fazendo para o bem de todos, e o faz com lucidez, responsabilidade e desapego, sem ostentação, nem vaidades, sem meias verdades, sem egolatria e mera euforia, pensando somente no bem maior, nesse bem comum.

 

É primordial antes de tudo isso, saber que:

O caráter responsável não morre!

O amor não morre! O respeito não morre!

A solidariedade não morre! A tolerância não morre!

 

A coerência não morre! A decência não morre!

A sensibilidade e empatia não morrem!

A doçura e a amabilidade não morrem!

A justiça não morre! A honestidade não morre! Nem a coragem, a fé, a esperança, o sorriso, nada disso morre!

 

A gentileza, a simpatia, a sabedoria…

As virtudes não morrem jamais! São essas as verdades eternas!

Tudo o que é inerente à essência humana, ao ser verdadeiramente HUMANO, não poderá ser tomado dele. Portanto a morte não leva!

 

E quando o mundo tem a oportunidade e o merecimento de conhecer seres realmente HUMANOS, começam então a entender que existem sim, inúmeras formas de nos tornarmos imortais!

 

É quando muitos podem afirmar com todas as letras para todo mundo ouvir e saber que por aqui passou um Ser que viverá para sempre entre nós.

 

Entende que ele passou e seguiu para mais adiante… Mas sua humanidade não passará!

Franciso passou por aqui! Viveu entre nós por apenas 88 anos, mas viveu intensamente a sua vida, tão digna de ser vivida e compartilhada!

 

Cumpriu sua missão, um legado de amor, simplicidade e incansável luta pelo respeito mútuo entre todos os seres vivos desse orbe.

O ar, os mares, os oceanos, os rios, as geleiras. A nossa mãe Terra, tudo e todos que habitam nela… as árvores, as flores, os frutos, os minerais, os metais, os animais, as aves, os répteis, os insetos. Porque tudo e todos tem uma razão de ser e existir e necessitam respeito e gratidão.

 

Ele viajou, caminhou, rogou, implorou, orou e chorou pela paz mundial, pela igualdade e fraternidade entre todas as nações e entre todos os povos sem nenhuma distinção.

 

Quantos “Franciscos e Franciscas” vem sendo enviados, enviadas ao nosso planeta!

Krishna, Brahmã, Vishnu, Shiva, TaoTe king, Lao Tsé, Buda, Abrahão, Moisés, Davi, Jesus Cristo, Maomé, Madre Thereza de Calcutá, Mahatma Gandhi, o Dalai Lama, o Arcebispo Africano Desmond Tutu, Martin Luther King, Irmã Dulce…

 

Quantos Seres Humanos e Animais escravizados no mundo inteiro! Indígenas, Pages, Caciques, deram e ainda dão as suas vidas, seus sangues e seus suores, seu leite, seus órgãos, seus corpos, pela humanidade tão desumana e ingrata! Eles cumpriram e ainda cumprem esse “jeito tão Francisco de ser!”

 

Quantas Mães, mulheres de luta, de entrega e de puro amor em muitas de nossas famílias e em nossa ancestralidade… Francisco de Assis, a Madre Francisca Xavier Cabrini, Francisco Cândido Xavier, Jorge Mario Bergoglio, o Papa Francisco!

 

Já nos foi ensinado, falado, exemplificado tudo o que necessitamos ouvir, ver, sentir e fazer, por milhares de vezes e em muitos séculos e milênios e ainda assim não aprendemos!?

 

Até quando seguiremos brincando de viver?

Se quisermos de verdade, se houver vontade regada de consciência plena e em total expansão, lúcida e sincera, todos nós poderemos ser eternos, “sermos Franciscos”, por nossa entrega de alma, corpo e coração. Por nossas obras regadas de amor e pelas preciosas pegadas deixadas por aqui.

 

Essas pegadas ficam! Elas não se apagam. Elas são bem definidas, bem demarcadas e muito fáceis de serem reconhecidas.

Já é tempo de começarmos a seguir os passos de quem as deixou!

Valéria Cristina Gurgel
Enviado por Valéria Cristina Gurgel em 23/04/2025
Alterado em 23/04/2025
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